Manifestantes fizeram uma passeata neste domingo (13), em apoio ao pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Eles caminharam pela Avenida Getúlio Vargas até a Praça Oito de Abril. Segundo a Polícia Militar, 2.500 pessoas participaram do ato. Já os organizadores estimam 5 mil.
Um total de 120 policiais militares acompanharam a passeata, que seguiu de maneira tranquila, sem nenhuma ocorrência policial.
A engenheira sanitarista Suzete Barbosa levou o filho, Caio Adriano, de sete anos para a manifestação. "Hoje é dia de gritar fora Dilma, fora Cunha, fora todos! As pessoas estão despertando e não aguentam mais", declarou. Segundo ela, não dá para aceitar a alta dos impostos. "No mercado está tudo caro. Não dá mais pra viver assim".
Já o empresário Júnior Macgnam, um dos organizadores do movimento, disse que o intuito da manifestação é cobrar dos deputados da bancada de Mato Grosso que se posicionem a favor do pedido de impeachment.
"O nosso objetivo principal hoje é o impeachment. Queremos que os deputados que estão em cima do muro votem a favor do impeachment. Não somos a favor do Cunha. Esse movimento também é contra ele", declarou.
O servidor público Creverson London gastou R$ 500 para simular a prisão da presidente. Para ele, ela não tem mais apoio da população e precisa sair do cargo. "Temos ao menos dois motivos para pedir a saída da Dilma. Primeiro, técnico: as pedaladas fiscais de 2014 e 2015. O segundo motivo é moral: ela não tem mais apoio das ruas, do Congresso, da igreja, de ninguém mais", afirmou.
A opinião dele é a mesma do pecuarista Raul Brenner, de 69 anos. "Estou atendendo a essa convocação para ver se conseguimos limpar o Palácio do Planalto, o Congresso. O que eu sinto hoje é uma insatisfação muito grande porque, em todas essas décadas de vida, nunca vi uma situação tão triste assim no país".
A abertura do processo de impeachment foi autorizado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, no dia 2 deste mês. Para o servidor público Carlos Ferraz, de 50 anos, ir às ruas e pedir pela continuidade do processo e cobrar um posicionamento dos deputados federais de Mato Grosso é um ato de civismo.
"Temos um governo corrupto até as entranhas. Sempre há um novo lugar a ser descoberto onde houve desvio de dinheiro público. As pessoas precisam ir para as ruas e cobrar mudanças, poruqe ainda dá tempo, o futuro não está traçado. Tem que vir participar", disse.
O ato terminou após quase uma hora de caminhada, após os manifestantes percorrerem aproximadamente 2 km.