Governo busca explorar o potencial mineral de MT; ouro lidera produção
Mato Grosso possui um grande potencial mineral que vai além de ouro e diamante, porém, ainda pouco conhecido e explorado. O estado importa 80% dos insumos agrícolas (fósforo, potássio, nitrogênio e enxofre). As rochas ornamentais como granitos, mármores e outro, e os produtos cerâmicos (pisos e azulejos) também vêm de fora.
Todos estes itens são imprescindíveis para o agronegócio, principal atividade de Mato Grosso, e para a indústria de construção civil, geradora de emprego e renda. O estado tem potencial para definir depósitos economicamente viáveis destes bens, precisa apenas conhecer melhor o nível geológico.
Nas últimas duas décadas grandes depósitos minerais vêm sendo descobertos, dentre eles o de zinco, em Aripuanã, um dos maiores do Brasil; de níquel, em Comodoro; ferro em Juína e Cocalinho; manganês em Juara e Guiratinga; fosfato em Mirassol D’Oeste, Glória D’Oeste, Cáceres e Planalto da Serra; e depósitos de rochas ornamentais e de argilas em vários municípios do Estado.
O fosfato, por exemplo, que é um dos principais produtos para produção de insumo agrícola, já foi localizado no Estado e, de acordo com o presidente da Metamat, Elias Santos, uma empresa busca novas tecnologias para garantir a extração. Com isso, os produtores poderão economizar no custo da aquisição dos insumos e uma indústria poderá se instalar em Mato Grosso, gerando emprego e renda. Mas a falta de definição também sobre a política mineral tanto em nível estadual quanto federal, acaba atrasando novos projetos.
O que ocorre também é que nos últimos anos a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) foi sendo sucateada e apesar de já ter tido renda suficiente para se autossustentar, sendo uma empresa de economia mista, ela acabou perdendo eficiência na produção.
Atualmente, o presidente da Metamat, Elias Santos, já adiantou que a companhia deverá passar por uma revisão e se tornar uma agência de fomento, responsáveis por pesquisas, que acabarão repassadas para a iniciativa privada para exploração.
No entanto, o governador Pedro Taques (PSDB) ainda não definiu qual será o rumo da empresa. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo, informou que um estudo sobre a Metamat foi entregue ao chefe do Executivo. Já o secretário de Planejamento, Marco Marrafon, informou que esta decisão deverá ser tomada ainda em janeiro e fará parte da segunda etapa da reforma política.
Dados concretos
Apesar de toda essa potencialidade, de acordo com dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Mato Grosso tem se concentrado basicamente na produção de ouro, calcário (brita, cimento, corretivos de solos, rochas britadas, areia, argila e cascalho), água mineral e diamantes.
Sendo que em 2013, o Estado atingiu 5,5 toneladas, superando a produção de ouro dos últimos 17 anos. Os principais municípios que possuem grandes jazidas de ouro são Peixoto de Azevedo, Poconé e Alta Floresta.
Neste ano, Pontes e Lacerda teve o nome em alta devido à extração em um garimpo que surgiu repentinamente numa área de assentamento, porém, é ilegal o governo federal tem feito a desapropriação da área. Uma empresa já possui o direito de exploração do local.
A participação da produção mineral do PIB do estado gira em torno de 1,5%, no entanto, de acordo com a Metamat, em todos os 141 municípios existe extração mineral, o que indica o potencial multiplicador do setor.
Apesar do crescimento da extração de ouro, por exemplo, o relatório anual de lavra 2010-2014 sobre a produção, investimentos e geração de emprego no setor mostra uma queda de investimento no ano de 2013, certamente em função da desaceleração da economia, corroborado pelo impasse na definição do Marco Regulatório Brasileiro do Setor Mineral.
Porém, a mão de obra no setor cresceu chegando a quase 15 mil pessoas contratadas para trabalhar na extração mineral.