MPE investiga suposto esquema de Galindo, WS e empreiteira
O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para apurar supostos atos de improbidade administrativa e enriquecimento ilícitos por parte dos ex-prefeitos de Cuiabá Chico Galindo (PTB) e Wilson Santos (PSDB), que atualmente é deputado estadual e líder do Governo do Estado.
O procedimento foi oficializado por meio de portaria assinada pelo promotor André Luis de Almeida, na última terça-feira (12).
Conforme o documento, a investigação é motivada por depoimentos prestados pelo empresário Robinson Todeschini, proprietário da empresa Constil Construções e Terraplanagens, dando conta de um suposto esquema de pagamento de propina, envolvendo os dois ex-gestores.
A empreiteira teria participado de triangulações, comandadas pelo ex-secretário Eder Moraes, para alimentar o esquema de corrupção investigado na Operação Ararath.
Segundo Todeschini, o empresário Bruno Simoni, da empreiteira Constil Construções e Terraplanagem Ltda., foi quem lhe explicou como o suposto esquema funcionava.
O MidiaNews publicou reportagem, em maio do ano passado, com trechos do depoimento prestado pelo empresário à Policía Federal, no dia 23 de maio de 2014, e que indicavam o suposto esquema para desviar dinheiro público (leia AQUI).
Segundo o MPE, o empresário afirmou que Santos e Galindo teriam concordado em aumentar o valor de notas fiscais de medições realizadas pela empresa Constil, durante a execução de obras do Programa Poeira Zero (asfaltamento).
O valor excedente, segundo o empresário, seria revertido para os gestores.
A portaria cita ainda o depoimento prestado pelo empresário, na Superintendência da Polícia Federal, em fatos relacionados à Operação Ararath.
Na ocasião, ele declarou que, no ano de 2011, verificou que foram retirados de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões, por meio de cheques administrativos endossados por Bruno Simoni - seu sócio na empresa Constil - e depositados em contas-correntes de suas próprias empresas, com a finalidade de circular dinheiro para depois repassar, de forma pulverizada, para terceiros indicados por Wilson e Galindo.
“Acordo”
Também de acordo com o empresário, seu sócio, Bruno Simoni, teria feito um “acordo clandestino” com o ex-prefeito Wilson Santos, se comprometendo em aumentar o valor das notas-fiscais emitidas pela empresa Constil pelos serviços prestados na execução do Programa Poeira Zero.
Pelo combinado, a medição seria realizada em trechos executados pela própria Prefeitura de Cuiabá, o que possibilitaria a devolução do valor excedente das notas fiscais supostamente superfaturadas a Wilson Santos.
O “acordo”, conforme relatado pelo empresário, teria ocorrido quando o vice-prefeito Chico Galindo assumiu o comando do Município.
Ainda segundo ele, “o negócio escuso” teria permanecido sob a responsabilidade de Galindo, com a ciência de Wilson Santos.
Depoimento
Ao instaurar o inquérito, o promotor André Luis determinou a notificação do empresário Robison Todeschini, para comparecer à Promotoria de Justiça da Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, no próximo dia 28, para prestar esclarecimentos sobre a denúncia.