Ex-presidente do Intermat teme morte por câncer e pede prisão domiciliar
A defesa do ex-presidente do Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), Afonso Dalberto, requereu a Justiça à conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar por conta de um tratamento de câncer na próstata. Além disso, foi alegado que o quadro de saúde requer cuidados para tratar de uma depressão e exige medicação adequada, alimentação balanceada, acompanhamento médico e exames periódicos.
O pedido foi encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE) para emissão de parecer. Em seguida, será analisado pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda.
Conforme laudo assinado pelo médico Ivo Delogo Moraes, Afonso Dalberto está com o quadro de saúde debilitado, sendo portador de adenocarcinoma de próstata grau 6, apresenta déficit de oxigenação cerebral, crises hipertensivas e arritmia cardiáca, dislipidemia acentuada com placas ateromatosas nas carótidas e quadro depressivo de natureza grave. O médico ainda atesta que devido ao tratamento do câncer na próstata, Afonso Dalberto se submeteu a uma cirurgia no Hospital Sírio Libanês em São Paulo no dia 19 de outubro de 2015, necessitando de avaliação periódica semanal.
No pedido formulado pelos advogados Hélio Nishiyama, Hugo Florêncio de Castilho, José Eduardo Polisel Gonçalves e Jackson Coleta Coutinho, é ressaltado que Afonso Dalberto está impossibilitado de trabalhar e sua remuneração depende das liberações feitas pela previdência social a título de auxílio doença. Como o tratamento do câncer é necessário, Afonso Dalberto está prestes a ser submetido à quimioterapia.
No pedido encaminhado a Justiça, os advogados citam a reconhecida precariedade do sistema prisional de Mato Grosso e a impossibilidade total de o ex-presidente do Intermat vir a receber um tratamento digno de saúde enquanto permanecer detido. “Enquanto recolhido no Centro de Custódia de Cuiabá, não se alimentará adequadamente e, sobretudo, não terá assistência dos médicos que lhe acompanham há tempos, o que por óbvio poderá agravar suas doenças, incluindo o câncer, podendo, possivelmente, evoluir até mesmo para o óbito”.
O ex-presidente do Intermat, Afonso Dalberto, foi preso no dia 1º deste mês na Operação Seven deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). As investigações indicam que houve fraude na compra de um terreno que já pertencia ao Estado na ordem de R$ 7 milhões.
Afonso Dalberto, em depoimento ao Gaeco, declarou que agiu a mando do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e também do ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, e também do procurador Francisco Gomes de Andrade Lima Filho. Afonso já está preso há 10 dias no centro de custódia de Cuiabá.