Passagem de ônibus passa a ser de R$ 3,60 em Cuiabá e Várzea Grande
A partir da 0h desta terça-feira (1º) os usuários do transporte público de Cuiabá e Várzea Grande começaram a desembolsar um pouco mais para pagar a passagem de ônibus. O valor que começa a ser cobrado a partir desta data é de R$ 3,60, o que representa um aumento de cinquenta centavos frente aos R$ 3,10 da tarifa antiga. Segundo as prefeituras, o reajuste visa cobrir perdas inflacionárias, aumentos nos preços dos combustíveis, de peças e de gastos com pessoal.
O último aumento registrado no preço da passagem aconteceu no início do ano passado. No dia 23 de janeiro o prefeito Mauro Mendes decretou um acréscimo de trinta centavos na tarifa e o preço que era R$ 2,80 passou para R$ 3,10. O atual aumento supera o ocorrido em 2015, já que a subida deste ano representa um aumento de 16,1% frente aos 10,7% do ano passado.
Em Cuiabá, o reajuste foi pleiteado pelas empresas que operam o sistema de ônibus na capital a partir de uma planilha de custos apresentada para a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec). Entre as justificativas estavam o aumento do preço do óleo diesel, dos gastos com manutenção e ainda do salário-mínimo.
O sistema de transporte público da capital conta com 369 ônibus e atende, em média, 3,4 milhões de passageiros por mês. O número contabiliza pagantes e beneficiários como estudantes, que pagam meia, e idosos que são isentos.
A empresa de ônibus responsável pela frota em Cuiabá deverá, porém, acrescentar 53 novos veículos climatizados. A previsão é que novos carros sejam entregues à população em abril de 2016, em comemoração ao aniversário da cidade. Além disso, 600 novos pontos serão instalados ao longo do ano, de acordo com o prefeito Mauro Mendes.
No município de Várzea Grande o reajuste seguiu o valor da capital e pretende cobrir perdas inflacionárias, que chegaram a 16%, e o aumento dos combustíveis e de peças, segundo a prefeitura. Além de afetar as frotas que realizam a circulação interna, a elevação dos preços afetou também as linhas intermunicipais, ou seja, que circulam em toda a região metropolitana.
O cálculo na cidade foi realizado pelo Conselho Regional de Economia de Mato Grosso (Corecon) e passou por análise da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana.
A empresa União Transportes - gerida pela Agência de Regulação e Serviços Delegados de Mato Grosso (Ager) – deverá, em contrapartida, colocar 45 novos ônibus em circulação no primeiro semestre deste ano. Além disso, a concessionária deve realizar uma reforma no Terminal Municipal André Maggi, reparar parte dos veículos e dos pontos.
ICMS
Nos dois municípios o valor final da tarifa chegou a ser cogitado em R$ 3,80 por causa da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a aquisição de óleo diesel pelas transportadoras. Caso tivesse sido decretado, a porcentagem do reajuste pularia para 22,5%.
O valor, porém, será subsidiado pelo governo estadual. A reivindicação decretada pelo governador Pedro Taques na última quarta-feira (24) utilizou argumentos constitucionais para frear o aumento.
Protestos
No último mês de janeiro cerca de 50 pessoas, entre estudantes e integrantes de movimentos sociais, realizaram um protesto contra o aumento da tarifa. No ato, que aconteceu em Cuiabá, os manifestantes se concentraram na Praça Alencastro e percorreram a Avenida Getúlio Vargas.
Os participantes do manifesto criticaram, entre outras coisas, o sucateamento das frotas de ônibus, a falta de ar-condicionado nos veículos e a superlotação. Eles chegaram a pedir a estatização do transporte público e mais transparência das planilhas de custos.