Justiça autoriza perícia em planilhas e ex-deputado promete confessar
O ex-presidente da Assembleia José Riva promete contar detalhes sobre o suposto esquema de desvio de recursos por meio da verba de suprimentos na Assembleia. “Vou confessar o que aconteceu, contar na plenitude o que aconteceu, sem se preocupar com o que vão dizer. O que me importa é falar a verdade, não compensa você querer ludibriar ninguém”, disse aos jornalistas durante audiência na 7ª Vara Criminal nesta quarta (27).
Na oportunidade, Riva pediu para ser reinterrogado após a realização de perícias nas planilhas existentes nos autos do processo. A juíza Selma Arruda, que preside o processo, acatou a solicitação, o que foi classificado por Riva como uma atitude sensata. A análise dos documentos será feita durante o período de diligências.
O ex-presidente do Parlamento justifica que é necessário fazer as perícias porque existem muitas planilhas duplicadas, triplicadas e quadruplicadas. O caso mais esdrúxulo seria na planilha de dezembro de 2010 que estaria 13 vezes repetida.
O montante é de R$ 916 mil contabilizados, mas o ex-parlamentar diz que o valor seria de aproximadamente R$ 80 mil de verba de suprimentos.
"Não dá para você falar de responsabilidade e eu vou mostrar que eu coloquei dinheiro aqui e a gente fazia esse trabalho de assistência social, mas a gente colocou dinheiro pessoal. Mas, como é que eu vou mensurar isso com uma planilha 10 vezes maior do que ela é?", questiona.
Ainda segundo Riva, as falhas ocorreram porque a pessoa responsável pelas planilhas retificava a lista por diversas vezes, mantendo as erradas. Com a auditoria, Riva espera reduzir o valor do suposto rombo, fixado pelo Ministério público em R$ 2 milhões.
O advogadi George Andrade, por sua vez, diz que a fala de Riva é importante, "até porque o deputado tem interesse em ressarcir possíveis danos".
Caso
A Operação Metástase investiga o suposto desvio por meio da verba de suprimentos, que tinha como finalidade custear compras emergências de produtos como marmitas, cartuchos e materiais gráficos. A Operação foi deflagrada, em 23 de setembro, e resultou no mandado de prisão de 22 pessoas ligadas ao Legislativo.
Conforme informações do Gaeco, as notas fiscais utilizadas para justificar as compras eram falsificadas, inclusive há depoimentos que comprovam tal prática. Os saques eram de valores pequenos e feitos pelos servidores, que supostamente repassavam o recurso para os líderes do esquema. Segundo o promotor Marco Aurélio, coordenador do Gaeco, os supostos criminosos sacavam o dinheiro para pulverizar na corrupção. A prisão teve objetivo de identificar os líderes e qual o destino dos recursos roubados.