O governador Pedro Taques (PSDB) deve enfrentar uma semana de extrema dificuldade no relacionamento com os servidores públicos. Após reafirmar que não concederá o Reajuste Geral Anual (RGA) na folha de pagamento de maio, diversas categorias que já haviam anunciado greve deves reforçar o movimento a partir desta segunda-feira.
Na última semana, servidores do sistema penitenciário, investigadores e escrivães de polícia já haviam anunciado a paralisação. Neste final de semana, profissionais da educação se reuniram em conselho onde foi aprovado um indicativo de greve que será colocado em votação pela categoria na assembleia geral marcada para esta segunda feira.
A pauta dos professores tem dois itens polêmicos e que ainda vai gerar muita discussão. O primeiro deles é o cumprimento da reposição inflacionária de 11,27%, conforme prevê a constituição.
Outra reivindicação é o fim do contrato de PPP (Parceria Público Privada) na Educação. Apesar do Governo garantir que a gestão continuará com o Estado, os professores entendem que a parceria é um dos primeiros passos para a privatização do sistema. Os servidores também cobrarão do Governo um cronograma de realização do concurso público.
“A decisão será submetida à assembleia geral dia 23/05 que além de deliberar sobre a greve deverá deliberar também pela realização de um ato dia 31 às 14 horas com caravanas de todo estado, numa marcha em defesa da educação pública e contra a privatização dos serviços públicos”, diz o presidente do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público), Henrique Lopes.
APOIO DOS ESTUDANTES
A manifestação na Educação não será apenas dos professores. Estudantes também anunciaram que farão ocupação de algumas escolas públicas em protesto contra as Parcerias Públicos Privadas (PPPs).
OS estudantes colocam ainda na lista críticas ao Governo as fraudes apuradas na “Operação Rêmora”, que investiga desvios de R$ 56 milhões na realização de obras de reforma e construção de escolas. Reclamarão ainda contra o superfaturamento na compra de merendas escolares. “Nós não podemos dar mais tempo para o governador atuar, ele vem assinando contratos que podem comprometer a educação do nosso estado para os próximos 35 anos”, dizem em nota assinada pela Associação Matogrossense dos Estudantes (AME) e União Brasileira dos Estudantes (UBES).