Presos estão em celas superlotadas, sem banho de sol, visita e ventilador

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+ Polícia
Sexta, 16 Agosto 2019 | RDNews
A Penitenciária Central do Estado (PCE) está superlotada e, durante a Operação Elisson, contra o crime organizado, em curso dentro da unidade, os presos estão, o tempo todo, trancados nas celas, sem banho de sol, sem visita de familiares e nem ventiladores. Estão também, visivelmente, apreensivos, sem notícias da família, já que os celulares foram apreendidos. Na rotina, usam clandestinamente os aparelhos, contrariando a lei. Mas, o "exército" que atua na PCE retirou, além de celulares apreendidos, as tomadas, usadas tanto para carregar a bateria deles, quanto ligar os ventiladores. Porém, não há indicativo de que os internos estejam sendo agredidos fisicamente.

Esta é a impressão da Defensoria Pública que compôs a comitiva que, de surpresa, entrou na unidade prisional, por volta das 9h da manhã desta sexta (16) e saiu às 11h. Além de dois defensores, a comitiva foi  formada também por representantes do Governo, Judiciário e Ministério Público Estadual.
O secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, o juiz da Vara de Execuções Penais, Geraldo Fidelis, e o desembargador Orlando Perri integraram a comitiva, mas, na saída, não falaram com a imprensa, assim como os promotores que atuam na Execução Penal, Josane Fátima Guariente e Rodrigo de Araújo Braga Arruda.

Já o defensor público André Rossignolo relatou ao que, diante da tensão social causada pela operação, a visita tinha como finalidade verificar o clima dentro da unidade prisional e se tudo estava transcorrendo conforme a lei.
"Visitamos alguns raios. Eles estão trancados, ainda sem o banho de sol, a unidade está bem superlotada, são mais de duas mil e quatrocentas pessoas aí dentro e isso causa inquietação", relata o defensor.

A PCE tem capacidade para 850 detentos e recebe, atualmente, um número de "hóspedes" 3 vezes maior que isso.

Quando à climatização do ambiente, o defensor disse que o Estado reporia a ventilação, mas, segundo ele, sabe-se que isso leva tempo.

Apreensão

Na visita, os presos perguntaram sobre os familiares e o prazo da operação. "Tentamos tranquilizá-los, na medida do possível, com  a falta de informação oficial. Mas o clima está tranquilo, levando em conta que é uma unidade penitenciária, mas lógico que todos estão apreensivos", diz o defensor Rossignolo. A operação corre sob sigilo. Formalmente não se sabe qual é o cronograma da intervenção.

O defensor informou também que será agendada uma reunição com representantes do Judiciário, Ministério Público e da OAB de Mato Grosso, para esta sexta ou mais tardar o início da semana que vem para tomada de decisões.

Nesta manhã, familiares de presos, que estavam em vigília na porta da PCE, dispersaram. Conforme apurou o , alguns obtiveram informações sobre a situação de parentes e foram embora. Outros estariam articulando protestos fora dali.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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