Operação que prendeu PMs surgiu após nomes aparecerem em celular de preso; coronel confirma assinatura

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Quarta, 21 Agosto 2019 | OlharDireto
Perícia realizada no celular do tenente Cleber Ferreira, alvo da ‘Operação Assepsia’ em junho deste ano foi o que deu origem a ação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) nesta segunda-feira (21), que culminou na expedição de quatro mandados de prisão. No documento em que pede o salvo conduto, deferido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o tenente-coronel da Polícia Militar e especialista em segurança, Marcos Paccola, afirmou ter sido o responsável pelo ato realizado há algum tempo e que gerou o inquérito.
A perícia realizada no celular do tenente Cleber Ferreira, preso durante a ‘Operação Assepsia’, deflagrada em junho deste ano pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), trouxe prova material de um suposto ato ilegal que teria sido cometido pelo tenente-coronel Paccola, denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPMT).

Em seu pedido de habeas corpus preventivo, o tenente-coronel explica que acredita que o fato investigado possa ser um ato realizado na confecção de um documento, com data retroativa e sua assinatura, porque à época exercia função de gerente de material bélico da Polícia Militar, que teve por finalidade atender o que havia sido “acertado” entre os delegados, para que não fosse necessário vincular o tenente Cleber Ferreira na ‘Operação Mercenários’, já que era do conhecimento de todos que nunca existiu vínculo algum com os réus da operação.
 
Aponta ainda que apesar da origem duvidosa da arma, não existia qualquer noção ou conhecimento de que ela teria vínculo do que foi apresentado em laudo de comparação balística de estojos, que havia apontado que a arma teria sido usada para deflagrar os estojos encontrados em cenas de crime.

Relata também no documento que a apresentação da arma foi espontânea e em data bem posterior ao fato que deu origem e apuração do inquérito policial militar e que sequer havia número de série, calibre ou modelo, sendo oportuno caso o mesmo cogitasse qualquer vínculo com ilícito, apresentar qualquer outra arma de corporação.
 
Por fim, pontua que se de um lado já existem eventuais documentos e provas suficientes para indiciamento do tenente, no cometimento do eventual crime, por outro existe total disposição e interesse dele de esclarecer e colaborar com a Justiça, na busca da verdade.

Salvo conduto

A defesa do tenente-coronel Marcos Eduardo Paccola, patrocinada pelo advogado Ricardo Monteiro, afirmou que informações sobre a operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) que prendeu policiais militares nesta quarta-feira (21) vazou há algumas semanas. Ele conseguiu na Justiça de Mato Grosso, na madrugada de hoje, um Habeas Corpus preventivo (salvo-conduto), evitando o cumprimento do mandado de prisão emitido contra o coronel.


O caso

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (21), uma operação com o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão contra oficiais da Polícia Militar, em Cuiabá.

As informações iniciais apontam para uma suposta venda ilegal de armas por parte dos acusados. De acordo com informações apuradas pela reportagem do Olhar Direto, são alvos o tenente-coronel Marcos Eduardo Paccola, tenente Cleber Ferreira, tenente Thiago Satiro e o tenente Alessandro Parreira de Jesus Parreira. O PM Ferreira foi alvo no último dia 25 de junho de uma operação conjunta que levou à prisão envolvidos com um esquema que garantia a entrada de celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE).


Segundo consta, os alvos são investigados por um esquema de adulteração de numeração de armamentos na Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio (Salp) dentro do Comando Geral da PM.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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