Apreensão de uma tonelada de cocaína em Mato Grosso ajudou a Polícia Federal do Paraná a identificar o subgrupo da organização criminosa que está sendo desarticulada na manhã desta segunda-feira (23), durante a Operação Enterprise. Duas pessoas foram presas, sendo uma em Cuiabá e outra em Barra do Garças. A droga era levada para Europa e África.
Delegado Sérgio Luís Stinglin de Oliveira, que é chefe do Grupo Especial de Investigação Sensível (Gise), explicou que foram identificado 7 grupos atuando dentro do Brasil e que, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o grupo é o menor, mas que nem por isso deixaram de movimentar grande quantidade de droga.
“Não é por ser um subgrupo menor em relação aos outros, que eles não agiam e movimentavam grandes quantidades de droga, por exemplo, só em Mato Grosso, foram apreendidas uma tonelada de cocaína e uma metralhadora”, destacou o delegado em coletiva.
Apesar da informação, ele não deu mais detalhes da atuação do grupo no estado. Sabe-se que a investigação começou em 2017, quando a PF apreendeu no porto de Paranaguá, litoral do Paraná, uma quantidade de quase 50 toneladas de drogas.
Depois que a droga chegava ao seu destino final – em território brasileiro – era transportada por embarcações para a Europa e para a África. Na investigação, ficou comprovado que a quadrilha usava embarcações de frutas, no Rio Grande do Norte, para exportar a cocaína. Não há informações sobre a identidade dos presos em Mato Grosso.
R$ 11 milhões em euros no carro
A operação conta com o apoio da Interpol. Em Lisboa, Portugal, os policiais apreenderam R$ 11 milhões em euros escondidos dentro de malas, em uma van estacionada em um dos endereços ligados à quadrilha.
“É muito dinheiro e esse número pode ser maior. Eles acreditavam tanto na impunidade, que guardavam o dinheiro assim, dentro de um carro”, explicou o delegado, que lembrou ainda que o sequestro de bens e o encontro dos líderes da quadrilha são os principais objetivos da investigação.
Ao todo, 37 aviões foram apreendidos, sendo que um dos aviões está avaliado em R$ 20 milhões. Há ainda apreensão de diversas armas de fogo, além de 20 quilos de cocaína na casa de um dos principais investigados na cidade de Paranaguá.
“Os grandes líderes estão na elite, corrompendo, estendendo braços dentro e fora do país. Estão atuando como nunca antes foi visto dentro do tráfico e da lavagem de dinheiro”, finalizou.