A Polícia Federal em Mato Grosso investiga o uso de diplomas falsos no Estado, principalmente dos cursos de medicina, educação física e engenharias. De acordo com o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), este ano já foram identificados oito casos de uso de diplomas falsos. Seis destes seriam de pessoas que fizeram faculdade na Bolívia.
De acordo com a Polícia Federal, em Mato Grosso há uma incidência grande de usos de diplomas falsos. O falso profissional adquire o diploma no mercado negro, principalmente dos cursos de medicina, educação física e engenharias.
Estas pessoas então procuram os conselhos de classe para tentar obter a carteira profissional e conseguirem atuar profissionalmente. A PF afirmou que em 100% dos casos as pessoas são pegas. Na sequência, é instaurado inquérito.
Há uma orientação a todos os conselhos de classe para que, no ato do registro profissional, seja verificada a legitimidade do diploma. O vice-presidente do CRM-MT, Gabriel Felsky, explicou que quando é encontrada alguma irregularidade a PF é de imediato informada.
“Toda vez que nós recebemos um diploma para fazer o registro no conselho, nós checamos com a origem, com a instituição, de qualquer parte do país. E se eles falam que há alguma irregularidade, que não emitiram, aí nós informamos a Polícia Federal”.
Segundo o doutor Felsky, a maioria dos diplomas falsos são de pessoas que estudaram fora do Brasil. Em alguns casos eles conseguem fazer a revalidação do documento em instituições oficiais do Brasil, mas acabam sendo barrados no CRM.
“Este ano já tiveram pelo menos oito casos. Nós detectamos, informamos a PF, e muitos são de médicos que estudaram fora. Destes oito, seis foram de pessoas que fizeram faculdade na Bolívia. Nós conseguimos identificá-los através da tentativa de registro e também por denúncias”, disse o médico.
O Conselho Regional de Educação Física de Mato Grosso (CREF17/MT) afirmou que também segue a mesma orientação. Toda vez que uma pessoa abre o processo de registro, é feita uma confirmação com a instituição de ensino para confirmar se o suposto profissional passou, de fato, pela colação de grau.
Segundo a assessoria do CREF17, o número de denúncias contra falsos profissionais tem aumentado. No ano passado foram 12 falsos profissionais identificados e este ano já foram 15. Na última segunda-feira (13), mais uma pessoa foi detida pela Polícia Civil, por exercício ilegal da profissão de educador físico, durante a fiscalização denominada, “Medida Certa 2”.