A Polícia Federal deflagrou a operação "Onipresente" para apreender provas da contratação irregular de um médico pela prefeitura de Salto do Céu (371 km a oeste de Cuiabá). Justiça Federal determinou o sequestro de bens móveis e imóveis e bloqueio de valores do investigado até o limite de R$ 1,1 milhão.
De acordo com as investigações, ao mesmo tempo que o profissional atuava no município, recebendo salários "vultuosos", atuava na Delegacia Regional da Polícia Civil em Ariquemes, Rondônia, cumprindo 40 horas semanais. A cidade rondoniense está localizada a 1.113 km de Salto do Céu, o que tornava impossível a prestação do serviço nos dois locais.
Esta é a segunda fase das investigações que visam combater desvios de recursos públicos federais no município. Três mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz federal Rodrigo Bahia Accioly Lins, da 1ª Vara da Justiça Federal de Cáceres, e estão sendo cumpridos em operação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU). A PF faz buscas em uma residência, um consultório médico e uma secretaria municipal em Salto do Céu. As investigações são do período de 2014 a 2017.
O profissional foi afastado das funções que continuava exercendo até a presente data. Outros servidores públicos também são investigados por permitirem a suposta prática ilegal.
Os salários pagos indevidamente somam cerca de R$ 780 mil, além de mais de R$ 1 milhão em contratos com o município. Em razão disso, atendendo a um pedido da PF, a Justiça Federal em Cáceres determinou o sequestro de bens móveis e imóveis e bloqueio de valores do investigado até o limite de R$ 1,1 milhão para garantir o ressarcimento ao poder público.
O nome da operação é uma referência a seres dotados de poder especial, que detêm o poder de estarem presentes ao mesmo tempo em diferentes locais.